sábado, 29 de maio de 2010

Gafes

A vida, grande formadora que é, ensina que nunca se é jovem ou velho demais pra cometer uma gafe (vide nosso presidente). Tinha eu por volta de 12 anos quando meu Pai Biológico estava pra fazer uma viagem pros EUA, e disse que cuidava do resto das despesas contanto minha mãe pagasse minha passagem.

Vale a pena comentar o momento que conheci meu PB, pois serve de exemplo da mente abstrata infantil. Minha cara mãe, quando tinha eu 1 ano de idade, conheceu meu pai (não o que doou os genes). Eles se deram bem o suficiente pra decidiram morar juntos, sendo ele minha figura paterna desde que me conheço por gente. Vocês imaginam então minha surpresa quando, com uns 5 anos, sou apresentado a meu segundo pai. Peraí... onde está a câmera ou meu sabre de luz? Lembro que me disseram "Ele é médico" e "Ele te ajudou a nascer". Imaginei eu então, ao melhor estilo Mundo de Bob, que os médicos que realizam os partos eram também considerados pais dos bebês. Veja só você. Mas divago.

Tinha eu feito já um ano e meio de curso de inglês nessa época da viagem, por aquela clássica livre e espontânea pressão de mãe, porém sendo surpreendentemente (mesmo) um dos melhores alunos, meu inglês era considerável pra minha idade. Foi num estacionamento de um supermercado que aconteceu. Ela era uma mulher saindo/entrando no carro ao lado, e eu fui o primeiro a chegar na porta de trás da van, que era daquelas que você primeiro puxa e depois desliza pra trás.
Deslizando a porta, um barulho oco me fez perceber que ela tinha batido em alguma coisa, e virando noto que era a cara da tal mulher. Mas não foi isso. Eu, meio atordoado, tento me desculpar:
- Excuse me! - baixo a cabeça, termino de abrir a porta e entro na van, agradecendo as aulas de inglês. Afinal, não eram completamente inúteis (eu ainda não havia descoberto os RPGs de videogame).

Mas, no que eu disse isso, foi a mulher quem fez uma cara aturdida e deu um passo meio contrariado pro lado. Não entendi por que, mas minhas palavras deixaram ela mais surpresa do que levar uma porta na cara, e isso não me pareceu muito comum, por mais que ela morasse nos EUA. Compreendi o ocorrido somente quando dentro da van meu (meio) irmão menor perguntou pro meu pai o que eu tinha dito, e ele respondeu "Com licença". Claro, quando se pede desculpas se diz "Sorry", mas eu havia pedido, enérgica porém educadamente, pra mulher sair da porra do caminho da porta.

Houveram algumas outras gafes minhas nessa viagem, mas ainda menos engraçadas do que essa, então nem comentarei.